Diferença entre Custos Fixos e Variáveis: Entenda o Impacto na Gestão Financeira
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26/07/2023Depreciação: Custo ou Despesa? Compreenda a importância contábil dessa questão e seu impacto nas finanças e resultados da empresa.
A depreciação é um conceito contábil fundamental que reflete a perda de valor de um ativo ao longo do tempo devido ao desgaste, obsolescência ou outros fatores.
Ela é uma forma de reconhecer o custo de uso de um ativo durante sua vida útil e distribuí-lo ao longo do tempo. É um termo muito comum no mundo dos negócios e finanças, mas ainda causa confusão entre empresários, contadores e investidores.
Muitas vezes, surge a dúvida se a depreciação é considerada um custo ou uma despesa.
Neste artigo vamos explorar essa questão em detalhes e desvendar o impacto financeiro da depreciação nas empresas.
O que é Depreciação?
Depreciação é o processo contábil de alocar o custo de um ativo tangível ao longo de sua vida útil.
Ativos tangíveis são artigos físicos como prédios, equipamentos, veículos, móveis, entre outros. Eles podem sofrer desgaste físico e obsolescência ao longo do tempo, resultando em depreciação.
Entender a depreciação é importante porque permite que as empresas reflitam de forma realista a perda de valor dos ativos em seus registros financeiros, garantindo uma visão mais precisa da sua saúde financeira.
A depreciação não é aplicável a ativos intangíveis, como patentes, marcas registradas, direitos autorais e goodwill.
Nesses casos é feita a amortização, no caso de ativos com vida útil limitada, ou teste de impairment, para ativos com vida útil indefinida.
Métodos de cálculo de Depreciação
Existem diferentes métodos de cálculo de depreciação, sendo os mais comuns:
Depreciação linear
Nesse método, o custo do ativo é distribuído igualmente ao longo de sua vida útil.
Vamos considerar um exemplo de uma empresa que adquire uma máquina por R$ 100.000, com uma vida útil estimada de 10 anos.
Utilizando o método de depreciação linear, a depreciação anual seria de R$ 10.000. Ao final do primeiro ano, o valor contábil da máquina seria de R$ 90.000 (100.000 – 10.000).
Depreciação acelerada
Esse método reconhece uma depreciação maior nos primeiros anos de vida útil do ativo e uma depreciação menor nos anos subsequentes.
Pode ser utilizado para refletir a realidade de certos ativos que sofrem um desgaste mais acentuado nos primeiros anos, como tecnologia ou equipamentos eletrônicos.
Depreciação por unidades de produção
Esse método atribui a depreciação com base na quantidade de unidades produzidas ou horas de uso do ativo.
Geralmente, é usado para ativos que estão diretamente relacionados à produção, como máquinas em uma fábrica.
Diferenças entre Custo e Despesa
Custo
O custo de depreciação refere-se à alocação do valor do ativo tangível ao longo de sua vida útil.
Considerado um custo porque representa o investimento inicial na aquisição do ativo. É registrado no balanço patrimonial e aumenta o valor contábil dos ativos fixos.
É distribuído ao longo do tempo conforme o ativo se desgasta ou se torna obsoleto.
O custo de depreciação é distribuído em períodos contábeis, seguindo o método de depreciação específico.
Esse custo é tratado como uma dedução da receita na demonstração do resultado, reduzindo o lucro operacional.
Despesa
A despesa de depreciação refere-se à parcela do valor da depreciação do ativo que é reconhecida como uma despesa em um determinado período contábil.
É registrada na demonstração do resultado como uma dedução da receita, reduzindo o lucro operacional e é considerada uma despesa operacional, já que está relacionada ao uso dos ativos na produção de bens ou prestação de serviços.
A despesa de depreciação é reconhecida no período em que ocorre, independentemente dos pagamentos efetivos de caixa relacionados à depreciação.
Depreciação como Custo
A depreciação pode ser considerada um custo operacional, uma vez que está diretamente relacionada à utilização de ativos tangíveis na operação diária de uma empresa.
Portanto, à medida que esses ativos são utilizados, eles se desgastam ou se tornam obsoletos, resultando em uma perda de valor.
Essa perda de valor é considerada um custo operacional, pois está diretamente relacionada à produção de bens ou serviços.
Nesse sentido, a depreciação afeta diretamente o valor contábil dos ativos e, consequentemente, o valor do patrimônio líquido da empresa.
Além disso, a depreciação influencia o lucro operacional de uma empresa, pois é considerada uma despesa na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
Ao reconhecer a depreciação como um custo operacional, ela é subtraída da receita operacional para obter o lucro operacional.
Isso significa que a depreciação reduz o lucro operacional, afetando diretamente a rentabilidade da empresa.
Depreciação como Despesa
A classificação da depreciação como uma despesa financeira é defendida por diversos argumentos.
Alguns deles são:
- Consumo de valor: A depreciação reflete o consumo gradual de valor dos ativos tangíveis ao longo do tempo, o que se assemelha a outras despesas que ocorrem ao longo do período contábil.
- Registro de custo de uso: A depreciação é uma forma de registrar o custo de uso dos ativos na geração de receita, sendo essencial para determinar o custo dos produtos ou serviços.
- Alinhamento com o princípio de matching: Ao classificar a depreciação como despesa, ocorre o alinhamento com o princípio de matching, que busca relacionar os custos incorridos no período com as receitas geradas no mesmo período.
Afinal, depreciação é custo ou despesa?
A decisão sobre como classificar a depreciação, como custo ou despesa, depende principalmente das políticas contábeis da empresa, da legislação contábil e da necessidade de informações específicas para tomada de decisões gerenciais.
Algumas considerações podem ajudar a definir qual abordagem é mais adequada:
Normas contábeis e regulamentações locais
As normas contábeis, como os Padrões Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) ou os Princípios Contábeis Geralmente Aceitos ( BR GAAP), e as regulamentações contábeis locais podem orientar sobre como a depreciação deve ser tratada.
É essencial garantir que a empresa esteja em conformidade com as regras contábeis aplicáveis em sua localidade.
Objetivos de relatórios financeiros
Se o objetivo principal dos relatórios financeiros é fornecer informações para acionistas, investidores e outras partes interessadas externas, a abordagem comum de tratar a depreciação como uma despesa é amplamente aceita e utilizada.
Isso é padrão na maioria das empresas.
Decisões gerenciais
Em algumas situações, especialmente para fins de análise de custos de produção ou para tomar decisões gerenciais específicas, pode ser vantajoso tratar a depreciação como parte dos custos de produção ou operacionais.
Nesse caso, a depreciação é vista como um custo e pode ser incluída nos cálculos de custo dos produtos vendidos.
Natureza do negócio
O tipo de ativos detidos pela empresa e sua importância na operação do negócio também podem influenciar a decisão.
Empresas com ativos significativos e que desempenham um papel central na produção de bens ou prestação de serviços podem optar por incluir a depreciação nos custos.
Necessidade de comparabilidade
Se a empresa busca facilitar a comparação com outras empresas do mesmo setor ou segmento, é mais apropriado seguir a abordagem padrão e tratar a depreciação como despesa, como é geralmente praticado na indústria.
Conclusão
A depreciação é um componente essencial para o cálculo preciso dos resultados financeiros de uma empresa.
A decisão sobre sua alocação deve ser tomada em conjunto com a equipe de contabilidade, considerando as normas contábeis aplicáveis, os objetivos dos relatórios financeiros e as necessidades específicas da empresa.
É fundamental garantir que a abordagem escolhida esteja em conformidade com as regras contábeis e atenda às necessidades de informações da empresa e de seus stakeholders.
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